O que um estudante de medicina deve entender sobre dor de cabeça?

Dor de cabeça: o que um estudante de medicina deve entender!

Diante das inúmeras dificuldades e percalços que os acadêmicos enfrentam durante o período em que frequentam a faculdade, não é raro que um ou outro tema acabe não sendo tão bem absorvido e dominado. Por isso, saber o que um estudante de medicina deve entender sobre dor de cabeça pode ser muito importante.

Em linhas gerais, os assuntos que são relacionados com a área de neuro causam um pouco mais de estranheza, muito em função da injusta fama de extrema complexidade que essa matéria alcançou no meio discente. Confira o conteúdo que preparamos a seguir e prepare-se para desmistificar esse assunto!

A importância de saber distinguir as dores de cabeça

É muito importante ter em mente que a dor de cabeça é a queixa mais comum em toda a prática clínica ao redor do mundo inteiro e, por conta disso, saber distinguir os seus tipos é simplesmente essencial para qualquer médico do planeta. No entanto, infelizmente, é muito comum que os profissionais pequem nesse quesito.

Outro aspecto fundamental é que uma ou mais cefaleias podem significar tanto doenças benignas, simples e autolimitadas, por exemplo, quanto alterações estruturais potencialmente graves ou, até mesmo, fatais, o que apenas reforça a importância de ter uma boa capacidade diagnostica sobre esse estilo de afecção.

Dentro desse contexto, os acadêmicos e os médicos precisam saber reconhecer e classificar as dores de cabeça, compreendendo quando se trata apenas de um sintoma efêmero (que não traduz uma situação de potencial risco ou gravidade) ou quando há a possibilidade de indicar a presença de alguma outra condição mais severa.

Da mesma maneira que uma pessoa pode chegar a uma emergência com uma crise de enxaqueca pura e simples, um outro paciente pode ter uma dor de cabeça secundária, que indique, por exemplo, um acidente vascular cerebral (AVC) ou até mesmo a presença de um tumor na cabeça.

Como essas dores de cabeça são consideravelmente diferentes do ponto de vista clínico, os médicos devem ser capazes de identificar isso, que é o que, afinal, vai orientar as suas condutas. É o contato inicial e o domínio técnico que permitirá avaliar as características que falem a favor de benignidade ou de uma potencial gravidade.

Tipos de dores de cabeça

Para que um estudante de medicina possa saber distinguir as dores de cabeça, é muito importante que ele conheça muito bem quais são os seus tipos e as suas características principais. E, basicamente, podemos subdividir entre as dores de cabeça entre as primárias e as secundárias.

Os sintomas devem ajudar o médico a determinar a causa, o prognostico e o tratamento adequado. E, muito embora a grande maioria das dores de cabeça não seja resultado de uma doença severa, uma parte delas pode ocorrer em função de uma condição que requeira cuidados de emergência.

Cefaleias primárias

As cefaleias primárias são aquelas que são causadas por conta de problemas de hiperatividade ou a partir de estruturas sensíveis à dor na cabeça. Como o próprio nome já diz, ela não é um sintoma de uma afecção subjacente, ou seja, trata-se do mal por si só. Nessa situação, as crises são parecidas, frequentes e os exames de imagem são sempre normais.

Entre os gatilhos mais comuns para essa modalidade de dor de cabeça está estão as atividades químicas cerebrais alteradas, vasos sanguíneos cerebrais contraídos ou a musculatura tensa em cabeça e pescoço. Outra possibilidade relativamente comum é que seja uma combinação desses três fatores.

As cefaleias primárias mais comuns são a enxaqueca (caracterizada por dor pulsátil no meio do crânio), a enxaqueca com aura (com sintomas visuais e sensitivos como escurecimento parcial da visão e formigamento), a cefaleia tensional (associada à tensão muscular) e a cefaleia em salvas (em apenas um lado da cabeça e é tão intensa que pode causar lacrimejamento e congestão nasal).

Cefaleias secundárias

As cefaleias secundárias são menos comuns que as primárias e ocorrem como um sintoma de uma ou mais doenças diferentes. Existem várias condições que podem causar esse problema e a sua intensidade depende, entre outros fatores, da gravidade do problema e de características do próprio paciente.

Entre elas estão a sinusite aguda, acidentes vasculares cerebrais (isquêmicos e hemorrágicos), má-formação arteriovenosa ou formações anormais dos vasos sanguíneos do encéfalo, tumores cerebrais, intoxicações com monóxido de carbono e a Síndrome de Arnold-Chiari (má-formação genética muito rara do SNC).

Também tem essa classificação otites, encefalites, arterites (inflamações no revestimento das artérias cerebrais), glaucoma, gripes, resfriados, meningites, concussões (e suas síndromes subjacentes), aumento da pressão intracraniana (PIC), neuralgia do trigêmeo, toxoplasmose, baixos níveis de líquido cefalorraquidiano, etc.

Como dissemos, embora as cefaleias secundárias tendam a ser mais raras do que as primárias, elas podem estar associadas a quadros muito graves. Sendo assim, o médico, inclusive o generalista, deve ser capaz de identificar as suas características para que possa abordar esse paciente da melhor maneira, inclusive salvando a sua vida.

Principais gatilhos das dores de cabeça

Como vimos, as cefaleias primárias e secundárias possuem etiologias diferentes. No entanto, é possível identificar alguns gatilhos distintos para que o paciente experimente esses desagradáveis sintomas, sobretudo quando se trata das enxaquecas, mas também de outras moléstias do gênero.

Certamente, o estresse é um deles, visto que esse quadro libera doses maiores de hormônios como a adrenalina e o cortisol, que podem gerar uma vasoconstrição dos vasos que irrigam o cérebro. Por isso, é muito comum que algumas pessoas sintam dores de cabeça no ambiente de trabalho.

Noites mal dormidas são outro fator que contribui para o surgimento de cefaleias, uma vez que o sono ruim diminui a secreção da melatonina, um hormônio que ajuda a evitar o a dor ao favorecer a síntese de analgésicos naturais. Além disso, quem não dorme bem tende a sofrer mais com o estresse.

Alguns alimentos também podem estar relacionados com a dor de cabeça, como chocolates, café e chá-preto, por exemplo, além queijos amarelos, bebidas alcoólicas, sorvetes e embutidos. São itens que podem possuir substâncias que disparam o gatilho da dor ou favorecem a contração de vasos cerebrais.

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