O estudante de medicina precisa estar bem preparado para enfrentar as mais diversas situações que encontrará enquanto clínico geral. Um dos problemas de saúde mais comuns de serem vistos nos hospitais e em situações de emergência está relacionado às doenças cerebrovasculares.
Para ajudá-lo a entender melhor sobre esse assunto que pode ser um pouco complexo, vamos explicá-lo de forma mais simples e didática neste texto. Continue lendo para aprender mais.
Entenda o que são doenças cerebrovasculares
Também chamadas de doenças vasculares cerebrais, elas fazem parte de uma estatística significativa no Brasil. Ela é listada como a terceira principal causa de morte em boa parte dos países industrializados, inclusive por aqui. Podemos dizer que doenças cerebrovasculares são quaisquer patologias que atingem os vasos do cérebro. Elas, em um primeiro momento, danificarão o funcionamento do cérebro e, a longo prazo, a própria estrutura desse órgão.
Aqui podemos falar sobre dois tipos de doenças cerebrovasculares: a isquêmica, que corresponde a 80% dos casos e que bloqueia a passagem de sangue e, consequentemente, de oxigênio para diversas áreas do cérebro; e a hemorrágica, que corresponde aos outros 20% dos casos. Nesse segundo tipo, ocorre a ruptura de um vaso e, com isso, o extravasamento de sangue.
As doenças cerebrovasculares são também responsáveis por incapacidades físicas permanentes. Uma das mais conhecidas é o AVC (Acidente Vascular Cerebral). De acordo com dados do Governo Federal, o país registra cerca de 68 mil mortes por AVC a cada ano. No Brasil é a primeira causa de incapacidade e de morte gerando um significativo impacto, tanto econômico quanto social.
Até a década de 70, as doenças cerebrovasculares eram, de certa forma, negligenciadas pelos especialistas e clínicos gerais. Porém, com o avanço da tecnologia na área do exame de imagem e o surgimento da RM (ressonância magnética) e TC (tomografia computadorizada) o interesse dos cientistas e médicos por essas patologias aumentou.
Conheça os sintomas das doenças cerebrovasculares
Ela é considerada, por muitos, uma doença silenciosa. Mas, de acordo com especialistas, a maioria dos casos de AVC poderiam ser evitados. Isso porque a doença dá alguns sinais, mas, infelizmente, a população não sabe como reconhecê-los. O tempo de atendimento é crucial para o prognóstico, portanto, é muito importante que os sinais e sintomas sejam identificados rapidamente.
De início, há uma perda da função neurológica do paciente de forma súbita. Por exemplo, uma pessoa pode, de uma hora para outra, parar de enxergar com um dos olhos. Esse pode ser um sinal de doença cerebrovascular do tipo isquêmico.
Além disso, é possível que ocorra também perda dos movimentos de um dos lados do corpo, sendo que essa perda pode estar ou não associada à dor de cabeça. Quando relacionada, estamos falando de um AVC isquêmico. Já, no segundo caso, ou seja, quando a dor de cabeça não está associada, o mais provável é que seja do tipo hemorrágico.
Também é possível observar uma perda de consciência rápida acompanhada de uma forte dor de cabeça. Esse sinal e sintoma também é característico do AVC hemorrágico.
Então, diante dos fatos mencionados acima, o que chama a atenção e ajuda na identificação de doença cerebrovascular no paciente é o seu súbito desenvolvimento. É claro que existem situações nas quais isso não costuma acontecer, mas é dessa maneira para a grande maioria dos casos.
Saiba como é o tratamento e quais são os fatores de risco
Quanto antes o problema for identificado, melhor o prognóstico. O tratamento dependerá do estado do paciente no momento em que passou a receber acompanhamento médico. É preciso fazer exames de imagem e clínicos para identificar o real dano causado pelo AVC e também o tipo.
Aqui entram também os fatores de risco. Algumas pessoas apresentam maior predisposição para desenvolverem doenças cerebrovasculares. Há casos que não podem ser modificados, como o genético. Quando um paciente apresenta um histórico familiar de doença cerebrovascular, é preciso suspeitar do quadro, ainda que ele não esteja apresentando os sinais e sintomas típicos dessa condição.
Há também os fatores de risco que podem ser modificados e que estão intimamente associados aos hábitos de vida do indivíduo. Por exemplo, pacientes com pressão arterial descontrolada, tabagistas, sedentários, pessoas que não têm uma alimentação saudável entre outros. A hipertensão arterial é o principal fator de risco no caso de doenças cerebrovasculares. Outras patologias também merecem destaque como o diabetes, doenças cardíacas, doenças do colágeno e dislipidemia.
Entenda como identificar um paciente com doença cerebrovascular
O ponto principal é sempre suspeitar e realizar os exames necessários. Fazer perguntas para o acompanhante enquanto os exames são aguardados. É necessário saber os hábitos de vida daquele paciente e se ele é portador de doenças crônicas, como a hipertensão arterial e o diabetes, se já teve casos na família de AVC, entre outras questões relacionadas.
Pelo fato de essa doença ser uma das que mais matam no mundo, ao ver que o paciente apresenta alguns dos sinais e sintomas, é preciso desconfiar e realizar os exames para tirar a dúvida.
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