Quando terminam a faculdade, os profissionais da medicina procuram se dedicar aos pacientes com respeito, dignidade, honestidade e, claro, conhecimento. No entanto, alguns deles vão além. É o caso de muitos médicos brasileiros que tiveram sucesso na profissão e fizeram história na medicina.
Tanto pelo desenvolvimento de técnicas inovadoras quanto pelo cuidado com os pacientes, eles mostraram ao mundo que a medicina brasileira tem muito a oferecer. Continue a leitura do post e saiba mais sobre 9 médicos brasileiros que se destacaram na carreira!
1. José Eduardo de Souza
Começamos essa lista com um dos médicos brasileiros mais famosos atualmente em todo o mundo: o maranhense José Eduardo Moraes Rego de Souza, nascido em 1934. Ele se formou em medicina no ano de 1958, na Universidade Federal de Pernambuco.
O cardiologista se destacou a partir da década de 1960 pelos diversos procedimentos pouco invasivos que realizou. Em 1966, foi o primeiro a fazer o exame de cateterismo. Nos anos 1970 começou a desenvolver a Cardiologia Intervencionista, que ajudou a reduzir a reestenose.
Mas seu maior feito ocorreu em 1999, quando introduziu uma prótese de metal na coronária: o stent. O procedimento logo se tornou o mais utilizado para o tratamento da Doença Arterial Coronariana (DAC) e de outros problemas cardiovasculares, uma vez que impede a obstrução das artérias por placas de gordura.
2. Raul Marino Júnior
O premiado médico paulistano nasceu em 1936 e se formou no ano de 1961, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Depois de alguns anos dedicados à carreira acadêmica, fez doutorado na área de neurocirurgia e desenvolveu diversos estudos sobre os distúrbios neuropsiquiátricos crônicos das dores rebeldes.
Raul Marino Júnior também estudou na Harvard Medical School e no Massachusetts Institute of Technology (MIT) em Boston (EUA); e na McGill University em Montreal (Canadá). Seus trabalhos foram de fundamental importância para o entendimento de diversas doenças neuropsiquiátricas. Além disso, se tornou uma das maiores autoridades mundiais em bioética.
3. José Osmar Medina de Abreu Pestana
O desenvolvimento da área de transplantes no Brasil se deve muito ao trabalho do Nefrologista paulistano José Osmar Medina de Abreu Pestana. Graduado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em 1979, começou a estudar os transplantes renais após o doutorado, conquistado em 1986.
Depois de estudar a área de transplantes por alguns anos no exterior, o médico brasileiro adquiriu a experiência necessária para dirigir um projeto arrojado. O Hospital do Rim atualmente tem o maior programa de transplantes renais no mundo. Também se destaca pela liderança mundial em transplantes realizados pela rede pública, uma vez que 90% dos procedimentos são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante por meio de convênios.
4. José Pedro da Silva
Em 2012, durante o encontro anual da Sociedade de Cirurgiões Torácicos nos Estados Unidos, o médico José Pedro da Silva foi apresentado como “o homem que mudou o mundo”. A afirmação se deve ao procedimento criado para corrigir uma má-formação no coração. Trata-se de um processo que utiliza o tecido do próprio paciente, evitando a necessidade de novas cirurgias e reduzindo a ocorrência de rejeição.
Nascido na zona rural no interior de São Paulo, graduou-se na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Botucatu. Especializado em cirurgias cardiotorácicas em crianças, hoje realiza os mais complicados procedimentos pelo mundo e ensina suas técnicas em diversos hospitais renomados.
5. Adriana de Oliveira Melo
Graduada pela Universidade Federal da Paraíba, a obstetra paraibana teve bastante destaque nos noticiários nacional e internacional recentemente. Isso porque foi a responsável por identificar, em novembro de 2015, a relação entre o vírus da zika e o grande número de fetos com má-formação do cérebro.
Mesmo antes da ocorrência da chamada epidemia de microcefalia, a médica já era bastante popular em Campina Grande, no interior da Paraíba. Gestantes e mães de todo o estado procuraram a profissional em casos raros e mais graves.
Hoje Adriana de Oliveira Melo também preside o Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), entidade filantrópica que estuda a relação da microcefalia com o zika em longo prazo.
6. Antônio de Salles
Graduado em medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em 1978, Antônio de Salles se tornou um dos neurocirurgiões mais respeitados do país. Depois de alguns anos no exterior para a realização de doutorado e especializações nas mais renomadas universidades, como Harvard, ele retornou ao Brasil para fazer carreira.
Desde então, assumiu a direção de importantes centros de pesquisa e realizou milhares de procedimentos complexos, como aqueles que envolvem tumores cerebrais e na coluna. Mas um dos seus maiores feitos e que o tornou reconhecido em todo o mundo foi o desenvolvimento do marcapasso cerebral, usado para o tratamento da obesidade, do Alzheimer e outras doenças degenerativas.
7. Atos Alves de Sousa
Outro neurocirurgião, o mineiro Atos Alves de Sousa fez seu doutorado na FMUSP em 1999, depois de alguns anos dedicados à cirurgia. No entanto, se destacou na área após a especialização, quando passou a realizar procedimentos complexos e atuar como consultor em diversos centros nacionais e internacionais de neurocirurgia.
No Brasil, ganhou grande projeção ao liderar o centro cirúrgico da Santa Casa BH e do Hospital LifeCenter, em Belo Horizonte. Também era professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
8. José Carlos Pachón Mateos
Também mineiro, José Carlos Pachón Mateos formou-se em medicina pela Faculdade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro em 1978, tornando-se doutor em cardiologia pela FMUSP em 1998.
Desde então, realizou importantes trabalhos na área de cirurgia cardíaca, principalmente em pesquisas e procedimentos relacionadas à arritmia e implantação de marcapasso. Destaca-se o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas menos invasivas e que reduzem os riscos de rejeição.
9. Angelita Habr-Gama
Nascida na Ilha de Marajó e filha de Libaneses refugiados, Angelita Habr-Gama entrou para a história por ser a primeira cirurgiã graduada pela USP. Em uma área ainda dominada por homens, ela ingressou na universidade na década de 1950 e não saiu mais.
Com carreira dedicada à vida acadêmica, liderou diversos estudos nas áreas de gastroenterologia, coloproctologia e cirurgia digestiva. Foi fundadora da Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (ABRAPRECI), além de ser a primeira mulher latino-americana a fazer parte do European Surgical Association.
Enfim, esses são apenas alguns dos médicos brasileiros que se destacaram, tanto pela inovação quanto pela dedicação à medicina. Esperamos que a história deles possa inspirar você a se tornar um profissional cada vez melhor!
Gostou de conhecer a trajetória destes médicos brasileiros? O que acha de saber um pouco mais sobre a profissão? Para isso, recomendamos também a leitura do artigo sobre a Vida de Acadêmico de Medicina.